A tristeza reflectida em palavras!

Nós (Turma B) como exemplares estudantes académicos de comunicação que somos, e ferverosos adeptos da vida boémia, da farra e sobretudo da amizade decidimos convidar a outra turma do curso (Turma A) para se juntar a nós num jantar com objectivo de fortalecer os laços da amizade. O objectivo de formarmos uma só turma, com uam só palavra "união". (pensávamos nós)

Após o convite feito pelo Deus Baco, por intermédio do seu herdeiro Fred, a turma teimava em mostrar-se relutante. E heis que decidi pôr mãos à obra e enviar um e-mail.

NOME: 26 de Março de 2010, o dia da unificação.

"Boa noite, turma A.

Tenho uma dúvida que desejo ardentemente que me possam esclarecer, vocês estão numa de ir ao jantar de unificação convocado pelo Deus Baco ou não ? Não sei se já falaram com o seu herdeiro, Frederico Abreu, ou com outra qualquer pessoa brilhante da turma B, mas eu ando aqui todo nervoso e ansioso para este jantar e já não aguento mais a espera.. já passaram o papel na aula? Já sabem quantos vão ?

Beijinhos e abraços
R.

P.S: O que acham que devo levar vestido para o jantar ? Se for possível discutam isso em turma e dêem-me a vossa opinião."

Mas após dois dias reparei tristemente que ninguém me tinha respondido ao e-mail. Então transtornado, desfeito em lágrimas, decidi dar voz à minha dor. E escrevi.

NOME: A tristeza reflectida em palavras

"Venho aqui manisfestar a minha tristeza pela vossa atitude, turma A !

Fico triste por mandar um mail em que refiro a minha brutal, quase demoniaca, vontade de realizar o jantar de unificação e alargar os meus horizontes relacionais com este novo sociogrupo que formariamos e ninguém me responder a este mesmo e-mail. Nada doi mais que a indiferença. Por certo que já todos foram crianças e passaram pela horrível e traumatizante situação de ver as vossas ambições não serem correspondidas. Se fico triste? pois fico. Se doi ? Claro que doi. Andava eu aqui, como já disse "todo nervoso e ansioso", com este evento de aprofundamento de laços académicos em que passei noites e dias a sonhar com ele, passei horas em que tudo o que via a frente eram imagens de uma festa sem fim. O auge da farra e do sentimento boémio que ardentemente adorava partilhar com vocês. Mas no final tudo se esfumou como uma breve névoa que é aniquilida pelo sopro gélido da (vossa) indiferença. Um sopro capaz de apagar a chama acesa da vontade e da necessidade, e tornar aquele "lugar" que antes era já enfeitado por um ambiente festivo e agora se tornou numa simples "sala" escura, sem lugar para alegrias, sorrisos, gargalhadas... sem lugar para nada... a não ser tiste dor que agr enche a "sala" e faz voar os balões alegres, que simbolizavam a união, para lugares onde jamais serão recuperados.

Não quero com isto que se sintam mal por ignorar um mero e-mail, mas volto a dizer "Se fico triste? pois fico. Se doi ? Claro que doi". a vida é feita por escolhas, e essas marcam-na definindo o caminho que devemos percorrer.. e tristemente foi essa vossa decisão.

Sem mais para dizer, pois até a dor já se nega a expressar, peço-vos que por favor não me voltem a apagar a chama que me ilumina o caminho para a felicidade.

Beijinhos e abraços,
R. amigo, colega e parte de um todo maravilhoso que é a brilhante turma B."


Espero que desta vez me respondam.

Mononucleose ou a doença do beijo!

Ter uma doença que se chama a doença do beijo é coisa d'homem sem dúvida, coisa de garanhão, coisa que até o Zézé Camarinha era capaz de invejar. Coisa capaz de me fazer ir pra rua todo nu e gritar como o Tarzan. Mas não há coisa mais triste do que ter a fama sem o proveito... e a verdade é que eu tenho uma doença toda ela viril e em vez de a ter apanhado que nem um verdadeiro macho, consigo a proeza de a apanhar talvez através de uma overdose de paracetamol. (isto é sem dúvida cruel)

Até o meu fígado já tem uma nova companheira!

Mononucleose a nova companheira do meu fígado.

Estou doente e tudo o que consigo concluir daqui é que até mesmo a doença me põe em destaque... até aposto que tenho fígado maior que o teu !
Cuidado, tenho mononucleose e não tenho medo de a usar!

*

Com 1 hora e 19 minutos de atraso eu desejo a todo o sexo feminino um feliz dia da mulher!

xiiiu... é segredo !

Vou-vos contar um dos meus mais escondidos e bem guardados segredos, preparem-se !
A verdade é que todos nós temos os nossos momentos mais estranhos e bizarros e o meu acontece sempre que estou doente e chama-mos um médico cá a casa. Assim que o médico toca e durante a viagem dele desde a porta de entrada do prédio até à da minha casa eu sofro de uma estranha dinâmica que me percorre todo o corpo e dá comigo em doido: Mal eu sei da presença do "senhor doutor" dá-me uma vontade de rir completamente ridícula e incontroláve!! Quando o vejo esboço um sorriso altamente estúpido que se falasse dizia "Tou a fazer esta cara só para não me escangalhar a rir na sua cara"... o que é certo é que é rara a vez em que me consigo segurar sem me começar a rir que nem um perdido, por razão nenhuma, enquanto ele me está a auscultar.. (está bem que eu ainda tento disfarçar que é tosse, mas como se disfarça uma gargalhada daquelas que até nos vêm as lágrimas aos olhos?!) Ah pois.. eu vivo este pesadelo engraçado todas as vezes que estou doente.

Mas por momentos ontem quase que o milagre aconteceu! O processo foi todo ele igual aos outros: o médico tocou eu fiquei incontrolávelmente estúpido mas assim que a porta se abriu eu pensei "Epah comporta-te lá que já és um homenzinho" e consegui ficar sério ao ponto de lhe dizer boa noite como uma pessoa normal. Estava eu radiante com esta nova meta que acabava de alcançar quando o médico decide falar. Era a voz mais engraçada que eu ouvi nestes últimos anos, o senhor médico era detentor duma forma de falar hilariante. No entanto, eu mais uma vez ,sem saber ainda hoje como, quase não vacilei e mantive a postura. Fui auscultado "inspira, expira, inspira, expira..." e mais uma vez sem vacilar! Estava-me a sentir um verdadeiro homem, já crescido responsável e acima de tudo controlado e sem parecer estúpido! O médico como é habitual estava a explicar à minha mãe o que eu tinha enquanto eu tentava acompanhar a conversa... até que... uma frase do médico soou sozinha e ecoou na minha cabeça:

"O seu filho tem febre e vejo pela cara triste da senhora que a tosse dele é irritativa!"

E foi com esta maravilhosa frase que toda a minha postura de homenzinho descambou e soltei a gargalhada interior que acumulei ao longo daqueles longos e dolorosos vinte minutos!!!


(apenas quero informar que este processo além de verídico passa-se também quando vou com pessoas desconhecidas no elevador... é um momento mesmo engraçado. Juro ! )